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Reflexões sobre a vida, o universo e tudo mais

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A perspectiva das caixas em nossa vida

Há algum tempo atrás eu estava em uma reunião e um dos participantes particularmente me chamou a atenção. Ele discursava diante de todos os presentes com grande entusiasmo, demostrando claramente sua senioridade e experiência profissional, mas dentre tantas frases, uma em especial me chamou a atenção, a insistência dele na frase “precisamos pensar fora da caixa“. Não que seja uma frase nova para mim, eu até a tenho utilizado muito, mas de tanto ele martelar acabei ficando incomodado. Será que estaríamos sendo tão conservadores assim, para justificar esta avalanche?

Saí de lá, mas continuei com a frase na cabeça. Precisava pensar mais sobre aquilo, não pelo cenário exposto na reunião em si, mas o por quê daquela frase estar sendo tão incessantemente proferida. Já virou até clichê no mundo corporativo.

A caixa

Ao refletir sobre o assunto percebi que esta questão envolve o cerne do ser humano e está presente desde antes de nosso nascimento. O mundo em que vivemos nada mais é do que uma caixa dentro de outra caixa, e quando passamos a fazer parte dele adentramos infinitas dimensões de caixas sobre caixas durante toda nossa vida, sejam estas físicas ou comportamentais.

Existe uma caixa enorme chamada universo, ao qual existe um sistema dentro, uma caixa a qual contém planetas e um destes representa uma caixa para nós homens.

Nós seres humanos somos gerados em uma caixa, daí nascemos e logo somos colocados em diversas outras caixas. Nossa vida se resume a cada vez mais nos colocarmos em caixas. Nossa casa, a escola, nosso carro, o elevador da empresa, a empresa, o mercado, a casa dos amigos, o barzinho, a balada, o ônibus…

Tudo se resume a caixas as quais nos permitimos fazer parte, ora por vontade própria, ora por imposição. No caso do segundo, acrescentamos às caixas físicas as comportamentais, que ditam os padrões a serem seguidos e que devemos nos enquadrar, ou melhor, nos encaixar para estarmos bem com a sociedade.

Mas será que todos queremos nos encaixar? Não tem nada de errado com este cenário. Até o considero natural ao ser humano, e o homem moderno, com seu desenvolvendo e tecnologias cada vez mais presentes está cada vez mais envolto em caixas. Pare para pensar no seu dia desde o momento que abriu os olhos, abra a mente e olhe para os lados… perceba o quanto está envolvo em caixas, tanto que inevitavelmente ao final de nossas vidas, acabamos sendo colocados em mais uma caixa.

esconder-dentro-da-caixa-6369498 (1)Diante disso, ao refletir sobre nossa vida, olhar para o lado e ver caixas e mais caixas, questiono-me se de fato é possível pensar fora da caixa, ou se estamos nos iludindo, sem perceber que apenas estamos trocando de caixa? Será que estes padrões estabelecidos pela sociedade os quais deveríamos nos encaixar ainda fazem sentido?

Para mim, pensar fora da caixa é fundamental, necessário e significa essencialmente refletir sobre o que de fato importa, estar disposto a abandonar as caixas que não nos servem mais, e dedicarmos-nos àquelas que nos são valiosas, seja profissional ou pessoalmente. As caixas estão em todos os lugares, de todos os tipos e tamanhos, só precisamos enxergar em quais queremos entrar e focar nestas que vão de encontro ao nossos objetivos.

Improdutividade Corporativa

O início do século XX foi marcado pelo aumento da produtividade industrial, ao qual as empresas investiram em maquinários  e na serialização do trabalho. Neste momento o modelo fordiano representou uma revolução para a indústria e alavancou avanços tecnológicos, mas para a segunda metade do mesmo século este modelo passou a não ser mais suficiente.

A globalização mostrou-se cada vez mais presente, e consigo mudou a forma das empresas verem seus, funcionários, fornecedores e clientes. improdutividade02A cada momento novas frentes se deslocavam do local para o global, e com isso as exigências do mercado cresceram em velocidades cada vez mais altas. Com este cenário, os profissionais deixaram de fazer aquilo que sempre fizeram para ter que fazer cada vez mais, elevando suas possibilidades, absorvendo novas funçõese agregando atividades que antes eram divididas. Daí nasceu a célebre frase: “Fazer mais com menos”. Mas será que isso é realmente possível ou apenas uma ilusão a qual nos sentimos confortáveis diante das exigências que nos são impostas?

Gosto de pensar que tudo o que fazemos é, de alguma maneira, uma representação das leis da natureza e, esta mostra que com uma semente só é possível plantar uma árvore, mas com uma árvore podemos colher várias sementes. Minha interpretação disso é o que alguns estudiosos, como José Davi Furlan estão começando a defender, o correto e consciente não é fazer mais com menos, mas fazer “mais com o mesmo”. Não é natural diminuirmos os insumos e esperarmos um aumento da produção. Isso na realidade não é possível, mas preferimos nos iludir com esta frase em moda, pois os executivos a proferem como uma verdade absoluta.

Ainda assim, a chave para o “Fazer mais com o mesmo” está na também famosa produtividade. Mas o que
seria produtividade? Segundo  em seu artigo “What is Productivity and Why is it Important?“, produtividade, em tradução livre, é:

“… simplesmente uma medida do quanto nosso tempo é gasto para gerar os resultados desejados, e se estamos fazendo de forma efetiva.”

Ainda no artigo, o autor relaciona produtividade à quantidade de tempo gasto produzindo algo que realmente cria valor, o problema é que as empresas cobram por produtividade, mas impõem atividades que não estão relacionadas a valor, ou melhor, muito do que fazemos nas empresas tem pouca ou nenhuma relação com os resultados esperados pelo nosso trabalho.

Entre estas atividades estão reuniões intermináveis e recorrentes, trocas de e-mails, planilhas e apresentações que de nada servem para o resultado que a companhia busca. Geramos documentos para justificar o trabalho realizado ou até a realizar, e gastamos tempo nestes ao invés de produzirmos resultados. Não é isso que faz as corporações prosperarem, pelo contrário, as mantém no buraco da burocracia criada por ela mesma.

Empresas e profissionais produtivos trabalham para o resultado, eliminando gargalos e falhas no processo, e não criando inúmeros pontos de controle para medir e comprovar que algo que já se sabia, de fato acontece. Estes muitos controles e cadeias de aprovações só nos distanciam das reais causas e, por consequência dos resultados.

improdutividade01Já passei por diversas empresas e, mesmo quando converso com outros profissionais, a situação da burocracia e das muitas atividades não produtivas as quais somos obrigados a realizar tem sido cada vez mais presente. Há momentos em que os profissionais dedicam-se tanto a estas improdutivas atividades que ao chegarem no final do dia sentem-se frustrados, pois mesmo cansados, não sentem que fizeram a diferença e que produziram resultados.

Já passou da hora das empresas e, principalmente das pessoas começarem a focar no que realmente é importante e direcionar seu esforço para as atividades que agregam valor e proporcionam insumos para este resultado. Os direcionadores do século XXI são a otimização dos recursos existentes, simplificação dos processos e valorização do capital humano.

Lembro que não basta esperarmos que aconteça, ou até mesmo que seja algo simples e fácil. Esse tipo de mudança não é incremental, mas disruptiva. Para enfrentarmos o que está por vir a famosa “melhoria contínua” não é suficiente, mas sim um modelo transformacional, ao qual repense o negócio e como fazemos parte dele.

A insatisfação de viver no passado

passado-presente-futuroO tempo passou, já estamos no meio da segunda década do século XXI e estamos vivendo como no século passado, influenciados pela urgência de tudo, pela pressa de crescer e expandir-se, e principalmente pela necessidade de sobrevivência no lugar da vivência, mas será que esta característica marcante do século passado ainda faz sentido neste?

O crescimento das empresas no século passado foi tamanho que nas últimas décadas muitas empresas não tinham mais para onde crescer, daí vieram as incorporações, onde as empresas passaram a se juntarem formando grandes conglomerados corporativos, com isso os produtos e serviços viraram commodities, ou seja, algo intrínseco ao dia a dia e, para que as empresas se destacassem, a diferenciação passou a tomar destaque nas discussões estratégicas.

Não que esta tendência pudesse ser diferente ou menos não fosse necessária, de fato o cliente hoje quer produtos e serviços exclusivos, nas não apenas no formato como as companhias estão fazendo, mas na experiência. A experiência do cliente ao adquirir um produto ou serviço ainda hoje é um campo muito pouco explorado pelas empresas, sejam elas simples como uma lanchonete ou restaurante como para as grandes corporações. Essas empresas ainda querem forçar aos clientes uma produção em massa daquilo que elas julgam ser o que o cliente quer, daí a célebre diferença entre foco no cliente e foco do cliente.

Do outro lado estão pessoas comuns, funcionários e parceiros destas empresas, e que em muitos casos também vestem o chapéu de clientes. A sede pela produção massificada destes produtos e serviços gera um alto índice de pressão sobre estas pessoas, que têm que fazer muito mais do que pelo qual foram contratadas ou até mesmo são capazes.

Atividades em paralelo, a busca constante por novos modelos e formas de fisgar os clientes, o fazer mais com menos, tudo isso está indo na contramão daquilo que o cliente realmente busca, que é a satisfação diante da experiência com o produto e serviço.

Ainda assim as empresas insistem que tudo tem que ser para ontem, muitas atividades e iniciativas são postas para execução em paralelo, sem que uma boa estratégia holística tenha sido definida, ou seja, hoje dentro das organizações criamos mais trabalho do que resultados para os clientes.

O controle da linha de produção dos produtos ou até mesmo do atendimento dos serviços já não se faz mais suficiente. Somos cobrados pelo controle do controle do controle e nada disso é percebido pelo cliente, pois este quer apenas uma experiência satisfatória.

Entendo que controles são necessários, porém as empresas precisam de visão estratégica do negócio, visão de fora para dentro e, a partir daí, simplificar seus processos com foco nos resultados, eliminando-se os gargalos, as burocracias, as intermináveis reuniões que discutem o sexo dos anjos, mas que não resultam em decisões estratégicas, cortar as muitas atividades em paralelo que com o objetivo de agilizar, somente atrapalham e impactam na qualidade das entregas, eliminar intermediários que floreiam as soluções, geram muito papel e apresentações dignas de prêmios, mas nenhum resultado que interesse para os clientes.

Enquanto essas empresas se preocuparem com o excesso de trabalho e apenas em fisgar o cliente, ninguém vive a vida, ninguém satisfaz-se com nada, e de que adianta? Uma hora as pessoas vão perceber que estão vivendo no século errado, que estão no passado e estas empresas não estão alinhadas a seus objetivos de vida, e quando isso acontecer, as barreiras vão cair, e então deixaremos de sobreviver no século XX e aí sim começaremos a viver no século XXI.

Tempo-de-viver-coisas-novas_

A incompetência do gigante

web1146Assim como no futebol, no mundo corporativo os goals são as metas as quais devemos alcançar. Estamos ali para isso, trabalhamos duro para atingí-las e como qualquer profissional, as vezes conseguimos, outras não.

Quem me conhece sabe que não sou nem um pouco fã de futebol, mas uma coisa não posso negar, essa era a chance de nos mostrarmos para o mundo. De apresentarmos os brasileiros como profissionais, capazes de planejar e seguir com os processos, prover garantias para o turista e desmistificar os rótulos pejorativos acumulados durante nossa história. Mas o que fizemos? Em vez disso só mostramos que não estamos preparados para o mundo. Nosso nível de maturidade diante do mundo está mais baixo do que eles poderiam imaginar.

O respeito e as atitudes dos japoneses, sejam os jogadores ou os torcedores que vieram para cá só corroboraram de que ainda estamos longe de podermos sentar numa mesa e comermos de garfo e faca, sem nos sujarmos. E ao final, nossa equipe perde e novamente mostramos para o mundo que não sabemos perder, o orgulho dos brasileiros fala mais forte e o desrespeito impera. Antes todos estavam torcendo para os heróis, agora estão condenando aqueles à forca. Onde está a energia, o patriotismo até a pouco explodindo a plenos pulmões?

Onde foi parar esta garra por justiça nas muitas ocasiões que realmente somos injustiçados, massacrados por políticos corruptos e opressores? E o pior é que os poucos que se levantam são calados a força e ridicularizados pela própria população que estão defendendo, e que deveria também estar ali, lutando por seus direitos. Mas é mais fácil fechar os olhos e deixar tudo como está, ligar a televisão e assistir seu time do coração. Ahh hipocrisia.

bolaO futebol deixou de ser um esporte para o brasileiro há muitos anos para tornar-se um espetáculo. Hoje é religião para os torcedores, ferramenta de manipulação política para aqueles que estão no poder e uma oportunidade de encher os bolsos de dinheiro para aqueles que estão nos bastidores. Mas qual o problema, afinal somos o país do futebol… e da falta de edução, saúde, segurança…

A Copa foi uma representação fiel do que é o Brasil, um país caótico, com uma população que não se respeita, que quer levar vantagem em tudo e, é claro muita corrupção enquanto a massa alienada se diverte.

Não assisti nenhum jogo, como já costumo fazer em todas as Copas, mas num mundo conectado por redes sociais, é impossível não saber o que esta acontecendo e não sentir pena dessa realidade pequena.  Alienação da massa… ahh minhas aulas de comunicação… que saudade!

E por que perdemos? Muito simples meu caro Watson, porque temos uma equipe de estrelas e egos, quando deveríamos ter um time, com foco, estrategia  e objetivos claros, cientes de seu papel e sua responsabilidade.

Enquanto no mundo real as pessoas tem que trabalhar, batalhar muito para atingir seus goals, no Brasil muitos ainda preferem faltar no trabalho para ver um jogo, gastar suas economias em um ingresso superfaturado, enquanto os filhos mal tem o que vestir ou comer. Torcer de bolso vazio para aqueles que não têm mais nem bolsos para carregar seus milhões.

No mundo real quem não atinge as metas não recebe, e em muitos casos fica até desempregado. Quem dera isso fosse realidade em todas as esferas, como no futebol e na política por exemplo. Ahh, aí sim este, há muito tempo chamado de país do futuro, partida ser considerado uma nação.

O Brasil perdeu a Copa do mundo de futebol, mas ganhou a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica. Quantos brasileiros se orgulham disso? Quantos saíram na ruas para comemorar?

Como dizia um velho professor… “ESSA É PRA PENSAR EM CASA”.

Comprometidos com o umbigo

Desde crianças somos condicionados a pensarmos mais em nós mesmos e a sociabilização fica em segundo plano. Um exemplo é que desde a pré-escola, cada um com seu lanche, cada um recebe uma nota e é elogiado ou reprimido por ela, mas dificilmente somos direcionados para competências e atitudes que se voltam para aqueles que estão a nossa volta. É difícil pensar no outro.

camiseta_euO tempo passa e crescemos, vamos para escola, depois faculdade e o olhar para si se fortalece cada vez mais. Não que eu acredite que isso é errado, mas que falta o equilíbrio. Uma pessoa que completa o ensino superior possui em média 24 anos. Ou seja, são 24 anos sendo condicionados a pensar em si contra o mundo ao seu redor.

Sim, o mundo é cruel, eu sei, mas o que acontece quando esta pessoa entra no mundo corporativo? O mesmo, dedica-se a carreira acima de tudo, ou seja, seu crescimento profissional tem que ser sempre maior que o dos demais, e em muitos casos nem que tenham que passar por cima de outros para isso. E muitas empresas valorizam este tipo de atitude, o que é lamentável. Onde estão os valores? Infelizmente, estão perdendo-se com o tempo.

Claro que o o modelo de departamentalização pregado por Ford, que nos foi muito útil no passado e presente até hoje nas corporações, contribui significativamente para este cenário. As empresas não se comportam como foram concebidas, com objetivo único e no qual todos seguem na mesma direção, mas pelo contrário, cada departamento tem seu próprio processo, que não se conversa com os demais, cada departamento é mais importante que o outro, não importando a relevância deste para o negócio da companhia, e por consequência, cada empregado é mais importante para si que os demais. Engraçado que muitas empresas atualmente preferem chamá-los de colaboradores, mas onde estaria de fato a colaboração?

No mundo atual, onde se prega a sustentabilidade, e no qual as redes sociais estão cada vez mais presentes, será que ainda cabe espaço para esse tipo de atitude individualista? A meu ver não, porém esta característica presente no homem moderno está tão enraizada, que acho muito difícil que grandes mudanças ocorram nos próximos 10 ou 20 anos. Mas é claro que a dona esperança é a última que morre.

A meu redor, procuro sempre compartilhar conhecimento e, sempre que possível, a experiência adquirida, mas não é fácil lutar contra a maré. Pensar e agir em prol daquilo que agrega valor, seja em qual segmento for, enquanto os demais estão pensando e agindo somente dentro de suas devidas caixas, tem se mostrado um imenso desafio, talvez o maior neste mundo moderno.

Mais uma etapa…

E lá se foi mais uma passagem em minha vida… um momento que não voltará, exceto na lembrança.

Não, não estou arrependido, pelo contrário, tenho certeza que aprendi bastante com os desafios que a vida proporcionou-me neste período um tanto quanto “curioso”, mas como já dizia o arquiteto no filme Matrix, “Tudo que tem um começo, tem um fim”.

O tempo passou, foram quase cinco anos de intensa batalhas, esgueirando-me nas trincheiras da insanidade, buscando uma luz, algo que fosse trazer-me a tona em uma realidade de incontestável conforto, mas infelizmente não aconteceu. Claro que a perfeição é a fantasia que nossa mente insiste ressaltar, colocando-nos frente a frente, sem que ao menos nos diga como alcança-la, mas será que deveríamos realmente alcançá-la? Será que não o fizemos, e apenas não nos demos conta?

Refletindo sobre isso, recordo-me de meus pais dizendo que tudo tem um motivo para estar acontecendo, e realmente acredito nisso, portanto, agradeço o quanto cresci profissionalmente e pessoalmente, graças a esses desafios. Não há aprendizado melhor do que aquele que nos faz crescer, mesmo que no momento apresente-se como algo não tão bom quanto gostaríamos.

SCRUMlhambando TI

Um tema que atualmente está muito na moda no mundo de TI são as metodologias ágeis e recentemente fui incumbido de preparar um material sobre elas e deparei-me com uma realidade triste, elas não existem.

Percebam que quando falo de sua inexistência, refiro-me que não existem como algo diferente do que tínhamos até então, ou inovador, mas sim as mesmas coisas sendo feitas de maneira diferente. Até aí, ponto positivo. Eu mesmo reconheço significarem uma evolução ao pensamento tradicional, mas será que são realmente tudo isso? Devemos abandonar tudo e seguir essas “metodologias”? Na minha opinião a resposta é não!

Quando trabalho na definição de processos a primeira coisa que penso é em garantir sua usabilidade, ou seja, que tudo que estou criando seja útil. O segundo ponto é que seja otimizada o suficiente para evitar qualquer tipo de burocracia, assim, não é porque possuem documentações, workflows e etc que não são processos ágeis.

O que realmente me incomoda é o pensamento de muitos profissionais que tomam essas “metodologias” como verdadeiras desculpas formais para não fazer o que precisa ser feito, ou seja, não documentar, não seguir os passos do processo, dentre outras coisas, pois quando são cobrados, respondem que não fizeram, pois estão seguindo uma metodologia ágil.

Como comentei, reconheço o valor das idéias ágeis e que todos os processos devem sempre ser pensados e criados de forma otimizada, pensando-se na utilizada de seus elementos. Um processo engessado, não útil, não serve para nada e não deve ser utilizado, assim vejo excelentes metodologias que são adequadas para determinadas situações, mas que são rotuladas como não-ágeis simplesmente porque não foram implantadas corretamente e, muitas vezes as pessoas não conhecem o que está definido ou não ligam para o que está lá.

Para mim, o mais importante em um processo metodológico é a síntese do PDCA (Plan-Do-Check-Act) sendo aplicado com seus passos através de um modelo ETVX (Entry-Task-Verification-Exit), pensado com foco na utilização e no resultado.

A insanidade que nos cerca

Livro: Mentes Perigosas - O psicopata mora ao lado.Recentemente li o livro “Mentes Perigosas – O psicopata mora ao lado”, da psiquiatra Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, ao qual recomendo como um daqueles livros indispensáveis de sobrevivência.

A autora coloca de forma bem simples questões da ciência médica, nos deixando, a princípio, apreensivos, pois ao avançar em suas 194 páginas, nos deparamos com informações que nos faz, em alguns casos, ter medo de olhar para os lados e até sair às ruas.

Claro que o foco de seu estudo é muito claro, destrinchando o que se sabe serem os psicopatas e, quando estamos diantes desta palavra, o que nos vem a cabeça são aqueles casos bárbaros, envolvendo homicídios, abusos, dentre outras situações críticas, as quais mal podemos acreditar serem reais, mas e aqueles psicopatas que estão a nossa volta? Aqueles aos quais convivemos no dia a dia e, em alguns casos confiamos, muitas vezes sem saber, mais do que deveríamos?

Ao ler este livro tive certeza que estou cercado pela insanidade, nem sempre de um psicopata, mas… não dá para arriscar.

Comumente nos deparamos com pessoas em nossa vida, que se mostram duvidosas, e em muitos casos até perigosas, mas que inevitavelmente temos que conviver, é o caso de nossos “colegas” de trabalho.

Não é fácil conviver com pessoas desonestas, falsas e que buscam apenas sua própria satisfação, em detrimento aos demais, principalmente quando dependemos delas para conseguir o “nosso pão de cada dia”.

Infelizmente acredito que muitos de nós já convivemos com algumas dessas “pessoas”, com a insanidade peculiar aflorada, e não é fácil escapar de suas loucuras e, muito menos não ser influenciados por esta energia tão negativa, que tem como objetivo única e exclusivamente nos depreciar.

Assim, são leituras como estas fazem com que possamos nos armar contra estas insanidades, sejam individuais ou coletivas.

Claro que a melhor alternativa é ficarmos distantes destes seres, mas nem sempre é possível e, neste caso, o mais importante é os reconhecermos, e não nos deixarmos ser meros peões em seus joguinhos, mas definirmos nossa estratégia de combate/sobrevivência, tomando a frente e procurando, sem que percebam, que eles sejam os peões de nosso próprio jogo.

Leitores do bem, armai-vos!

APF: medindo o tamanho da paciência

A primeira vista este título pode deixar o leitor que já me conhece um pouco surpreso, mas não, caro leitor, não falarei mal desta excelente técnica. Para quem não conhece,  a Análise de Pontos de Função (APF) é uma técnica para medição do tamanho funcional de  software, criada pro Allan Albrecht em 1979 e mantida atualmente pelo IFPUG (International Function Point Useres Group).

O processo de medição de software e estimativas já existe há décadas, independentemente da técnica, há formas objetivas de fazê-lo, mas sempre surpreendo-me quando vejo que as empresas as utilizam tão pobremente, muitas vezes somente para mostrar para seus clientes, mas que de fato não as utilizam. Mas por que não utilizá-las?

Como tudo na vida, quando tomamos o controle, passamos a ter parâmetros de comparação e nem todos os “profissionais” gostam desta ideia. Assim, implementar uma técnica de medição pode apresentar-se como um desafio à paciência, na qual o responsável por esta implantação terá que lutar contra tudo e contra todos para conseguir cumprir sua tarefa.

Já assumi mais de uma vez esta tarefa, e não foi nada fácil. A resistência pode vir de todos os lados, o gestor que não tem controle de sua equipe e produtividade, e quer inflar a estimativa para cobrar mais do cliente, ou até o técnico que vê o processo de estimativa como uma burocracia desnecessária, querendo colocar o quanto antes a mão na massa. Haja paciência para conseguir alinhar as expectativas de uns, com a resistência de outros.

A solução, caro leitor, é somente uma: compromisso com o resultado. E, para garantir este compromisso, dois passos devem ser dados, sendo o primeiro, o apoio da alta direção que não deve apenas falar, mas sim tornar este processo relevante como parte das políticas da empresa. O segundo passo é a realização de treinamentos que incentivem a utilização e demonstrem os benefícios de sua utilização em toda a cadeia de prestação de serviço.

Depois de dois meses de estudo, agora mais do que nunca, como CFPS tenho que abraçar mais uma vez este desafio e tenho certeza que o farei com sucesso, controlando minha paciência e expectativas na busca pelo resultado e melhoria contínua.

Planos que se vão com o vento

Muitas vezes nos deparamos com situações de emergência que nos colocam frente a frente com uma necessidade de tomada de decisão imediata. Desta decisão acabamos por gerar uma ou mais ações as quais devemos executar a risca para garantir a resolução do problema. Agora, a pergunta é, por que temos que agir com desespero quando quase sempre este fator de urgência podia ter sido previsto ou até mesmo evitado? Isso sem contar o impacto, o desconforto que o problema já causou, e não poderemos voltar no tempo para consertá-lo.

No mundo corporativo isso é muito comum, e acabamos nos passando por meros profissionais regulares, dentro da média, sem diferencial, como o dito popular, correndo atrás do rabo.

O objetivo principal do planejamento é buscar estabelecer um plano otimizado a partir dos parâmetros que se têm conhecimento até o momento, para que ações sejam executadas com a máxima qualidade, mínimo custo, atendendo prazos e prerrogativas estabelecidas. Seja no trabalho ou na vida pessoal, é comum esse tipo de ocorrência, e é nesta hora que lembro de uma palavrinha mágica que hámuito tempo aprendi ser fundamental para nos auxiliar nestas questões: “Planejamento”.

No mundo corporativo o planejamento pode garantir um projeto vencedor, em que se utiliza as melhores técnicas e ferramentas disponíveis ao seu alcance para buscar altos níveis de satisfação dos clientes, enquanto que, apesar de muitos duvidarem, na vida pessoal o planejamento pode nos proporcionar o mesmo ou até mais.

A satisfação de nossos familiares e amigos, economia no bolso, crescimento… a lista é longa. O mais interessante é que, por mais que muitos possam imaginar que este planejamento envolva várias etapas, e que seja algo difícil, somente para os “experts”, saibam que isso não é verdade.

Planejar exige foco e tempo, significa pensar antes de agir, ou melhor, pensar para agir. Shewhart e Deming foram os responsáveis por sintetizar da forma mais simples possível como trabalhar com este conceito de planejamento dentro de um ciclo de controle e melhoria chamado PDCA (Plan-Do-Check-Act).

Claro que o meu objetivo aqui não é repetir os muitos conceitos e linhas de pensamento que envolvem a gestão, mas sim refletir sobre o porquê das pessoas agirem sem planejamento, mesmo sabendo que o mesmo é necessário. Diariamente fico impressionado como algumas pessoas podem ser tão desorganizadas. Talvez eu seja um extremo, e elas outro neste tema, mas percebo o quanto elas correm atrás do rabo, muitas vezes por razões até bestas.

Recomendo o exercício de cada vez mais, seja na vida profissional, como também na vida pessoal, nos darmos o direito de planejar nosso sucesso, e para chegarmos nele, vamos planejar nossas ações baseados em nossos objetivos de  vida. Não nos deixemos ser levados ao acaso.

“Viver sem filosofar é o que se chama ter os olhos fechados sem nunca os haver tentado abrir.” (René Descartes)